sábado, 7 de junho de 2014

Boa música II


           
            Dando continuidade ao artigo anterior sobre boa música, foco hoje no Blues, gênero de minha preferência. Os bons e criativos músicos do Blues criam há décadas pérolas as quais gostaria de repartir.
            Repito aqui minha sentença: o que diferencia homens de meninos são as músicas que escutam. O Blues é um dos gêneros onde procuro riqueza, ou, se quiserem, o antídoto para a mesmice. A busca? Novamente recorri às rádios, internet e nomes que me foram repassados por outros insatisfeitos.  Pelo farto material que se encontra sobre o Blues, esta é uma pequena lista do muito que existe.
Justin Cross - Drink the Water
Gary Clark Jr - Bright Lights
Hank Davison Band Live - RoadHouse Blues
Kenny Neal – Blues Falling Down Like Rain
Melvin Taylor- Blue jeans blues
Ry Cooder - Paris, Texas
Cyndi Lauper - Mother Earth
Roy Buchanan -  Green Onions
Ruth Brown - Looking Back
Ry Cooder – Busride
Eventuais discordâncias, atribuamos à pluralidade.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Boa música


           
            E agora, o que fazer com aquele rádio que a gente até tem vontade de ligar mas cansa de procurar por boa música? Não mais que três pontos na escala do rádio, três estações, ali tenho que encontrar algo para ouvir. O resto, por experiência, não dá coragem.
Sempre existiram letras de música ruins, fracas. Está piorando. Em muitos casos fica o sentimento de que o cantor (a figura do vocalista) é imprescindível, mas a letra não. Na situação atual, mesmo que me esforçasse muito, seria difícil estabelecer o ranking das piores, por óbvios motivos.
            A vida está sofrendo um processo de empobrecimento.
            Minha sentença: o que diferencia homens de meninos são as músicas que escutam.
Para não sofrer com o que nos é ofertado, há de se garimpar, escutar as escassas rádios com programação de qualidade, buscar na web, e principalmente partilhar as “descobertas”.  
Minha contribuição: sugiro pesquisar no Youtube os artistas e as músicas abaixo, vai que o seu gosto está próximo do meu. Não se espere, porém, que esteja tudo ao agrado dos apreciadores da boa música. E nem é o ideal, visto que a pluralidade só é atingida com variados gostos.
A excelente MPB:
Mariana Aydar - Zé do Caroço;
Maria Gadú - A História de Lily Braun.
A exótica Música Turca:
Cafe Anatolia - Gülümcan;
Boas Latinas:
Gustavo Santaolalla – Pajaros;
Malena Muyala - Pena Mulata.
Outras:
Jace Everett - Bad Things;
Lana Del Rey – Ride;
Selah Sue – Raggamuffin;
Justin Cross - Drink the Water;
Nina Simone- I Put Spell On You;
Herbie Hancock - Cantaloupe Island.



sábado, 8 de setembro de 2012

Monocultura e diversidade



Monocultura: plantação extensiva de um só produto agrícola. Sinônimo de grande extensão de terra, muita mecanização e pouca gente trabalhando, destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Desmatamento e comercialização da madeira: mão-de-obra mal remunerada, destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Aí entrou a ecologia, desenvolvida a partir de idéias de preservação, de consciência da importância da biodiversidade, de amor à natureza.
E o que é a nova monocultura?
O modo de vida de uma comunidade, seus costumes, sua cultura; tudo ameaçado pela programação que entra nos lares e que diz (de forma sutil ou nem tanto) como se deve viver.
A nova monocultura é sinônimo de grande produção e consumo de uma pequena quantidade de itens: existe um tipo de vida a ser copiado, existe a música do momento, existe a exploração do corpo e... da lágrima. Se algum repórter lhe perguntar o que você acha, digamos... do nome da sua rua, dê-lhe qualquer resposta, pode ser cômica, desaforada, cínica... mas responda com lágrimas nos olhos. Ele irá repetir a pergunta para dezenas de pessoas, mas a sua imagem é a que será explorada.
A nova monocultura, com a sua grande produção, entope as vias por onde deveriam fluir as diversas manifestações populares e intelectuais, sufoca e destrói a diversidade. Ela usa o que é comum (as concessões do Estado) como se fosse seu, particularizando os lucros mas socializando os danos ao patrimônio cultural.
Precisamos lutar pela manutenção da diversidade de opiniões, pelo direito dos gêneros musicais, literários, cênicos, etc. de continuarem a existir. A diversidade é imprescindível à vida.

sábado, 28 de julho de 2012

As Poesias


          Onde estão os poetas, onde está a poesia? Em quantos cadernos se escondem os pensamentos íntimos de anônimos? Existe poesia nas gavetas. Existe poesia latente nos pensamentos incapazes de se fazerem letra. Mas também se leva literatura para a internet e, sabemos, para livros publicados de forma independente ou não. Versos estão por ai. Novos e veteranos acreditam, fazem e insistem.
            Também se encontra poesia em letras de música. Excluídos os sucessos da estação tem muita coisa boa fora da grande audiência. É um dos espaços da poesia, ali ela é essencial. E por essencial, merece aparecer também na forma impressa. Chamo a atenção daquilo que gosto (do pouco que conheço).
           
Aqui, trecho de “A Balada do Perdedor”, de Marcelo Nova:
“A noite parece tão promissora, luzes por todo lugar
Decotes, sorrisos, sussurros: cheiro de conquista no ar
E eu aqui sozinho tentando fazer esse isqueiro funcionar
Parando em frente à porta do paraíso, mas sem vontade de entrar
Os astros cheiram o pó das estrelas e as trombetas estão soando
É no céu que se morre de tédio, os anjos estavam blefando
Eu conheci a mais bela vingança, vestida de noiva no altar
Parado em frente à porta do paraíso, mas sem vontade de entrar”

Nem tudo é tão claro. Natural: é poesia, aberta à interpretação.

Lula Côrtes em “O clone” (parcial):
“Fica difícil
Porque isso pra mim não é só um ofício
Eu podia ser político e fazer comício
Mas prefiro dar uma bola e vir cantar
Eu falo tudo
Dou minha opinião sobre esse mundo
Às vezes de tão triste eu vou mais fundo
Exponho a minha alma na bandeja”

Com a “Alma na bandeja”: é assim que o poeta fala de si, ou de seu personagem.

Trecho de “Não É Céu”, de Vitor Ramil

“Não é céu sobre nós
Dele essa noite não veio
E muito menos vai o dia chegar

Se chegar, não é sol
Quem sabe a luz de um cigarro
Que desaba do vigésimo andar”


            Alguma catástrofe profetizada por Vitor Ramil é o espaço onde se dá o apelo para que a amada fique, não vá embora.
            No momento do menor esforço, do ócio puro, sento e aperto o “Power”. Uma hora em frente ao rádio pode trazer agradável surpresa. E em tempos de miserabilidade artística e de pobres rotinas que o horário nobre acentua, vale a pena vasculhar o rádio na busca de algum sopro de vida criativa.  

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Retorno à pintura


             O período é de pouca motivação para escrever. Mas a ociosidade vazia perturba, ela precisa ter direção, sentido. Então resolvi voltar a pintar. Creio que são quase vinte anos sem tintas nas mãos. Abaixo, os primeiros resultados.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tempo



Titus Maccius Plautus


Os deuses instilam ansiedade no primeiro homem que descobriu como distinguir as horas.
Produziram, também, ansiedade naquele que neste lugar construiu um relógio de sol, para cortar e picar meus dias tão desgraçadamente em pedacinhos!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A arte de ler

Breve reflexão sobre a arte de ler

Ler é arte? Seguramente. Tornar-se leitor é partilhar da construção do texto, dando a este todos os significados que as vivências e sentimentos permitirem.
Numa espécie de beabá, comecemos por Marcelino Freire, escritor brasileiro, que disse: “Tem gente que fala que tem influências de outros escritores, acho isso uma sacanagem com o porteiro do prédio, os amigos do trabalho”. O porteiro, o amigo, o estranho na esquina, o cão da vizinha, a vida é a matéria-prima do escritor, da soma de ingredientes surge a ficção; a dose, a mistura, é receita que só deve ser usada uma vez, gerando obra única, original.
Essa obra por vezes vai ao âmago, o leitor a percebe reflexo daquilo que sente. Lembro Mário Quintana: “Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!”
Fruto da criatividade e da sensibilidade, a obra literária, além de “ler o leitor” desvenda, mostra, trás luz ao que não está óbvio. Valho-me de Paul Klee, artista plástico: “O pintor não deveria reproduzir o visível, e sim tornar visível”. Ao que parece, as artes têm o desvendar como aspecto comum. Mas tal não é tão claro, definido. E, por isso, não existe a “versão certa”, a “interpretação definitiva”, o caminho do livro é pessoal e reflete o momento do leitor. É assim que o mesmo livro, lido com intervalo de anos, mostrará aspectos antes ocultos.
Concluo com Robert Bresson, cineasta: “O importante não é o que eles (os atores) me mostram, mas o que eles escondem de mim, e sobretudo o que eles não suspeitam que está dentro deles.” Novamente em outra expressão artística encontro referências sobre as descobertas. O livro que alguém lê não é lido por mais ninguém, compartilha-se apenas o título. O leitor reinventa, a cada leitura, a arte de ler: ele é senhor da interpretação.
Então, pode-se dizer, a cada leitura descobrimos o que o escritor esconde e, sobretudo, o que ele não suspeita estar no seu texto...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Agenda



Clube Literário de Gravataí – no segundo sábado do mês, às 20 horas, o Cl. Literário realiza sarau no SESC, Rua Rua Anápio Gomes, 1241 - Centro - Gravataí- RS

Sesc Gravataí - teatro, musica, dança e outros – Rua Rua Anápio Gomes, 1241 - Centro - Gravataí- RS - Fone: (51) 3497.6174

Santander Cultural – cinema, música, artes visuais – consulte santander cultural

Grupo Águia – Amigos Unidos Incentivando as Artes – Com forte atuação em Porto Alegre e Gramado, possui membros no Brasil e no Mundo. Conheça mais do Grupo Águia aqui