Monocultura: plantação extensiva de um só produto agrícola. Sinônimo de
grande extensão de terra, muita mecanização e pouca gente trabalhando,
destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Desmatamento e comercialização da madeira: mão-de-obra mal remunerada,
destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Aí entrou a ecologia, desenvolvida a partir de idéias de preservação, de consciência da importância da biodiversidade, de amor à natureza.
E o que é a nova monocultura?
O modo de vida de uma comunidade, seus costumes, sua cultura; tudo
ameaçado pela programação que entra nos lares e que diz (de forma sutil ou nem
tanto) como se deve viver.
A nova monocultura é sinônimo de grande produção e consumo de uma pequena
quantidade de itens: existe um tipo de vida a ser copiado, existe a música do
momento, existe a exploração do corpo e... da lágrima. Se algum repórter lhe
perguntar o que você acha, digamos... do nome da sua rua, dê-lhe qualquer
resposta, pode ser cômica, desaforada, cínica... mas responda com lágrimas nos
olhos. Ele irá repetir a pergunta para dezenas de pessoas, mas a sua imagem é a
que será explorada.
A nova monocultura, com a sua grande produção, entope as vias por onde
deveriam fluir as diversas manifestações populares e intelectuais, sufoca e
destrói a diversidade. Ela usa o que é comum (as concessões do Estado) como se
fosse seu, particularizando os lucros mas socializando os danos ao patrimônio
cultural.
Precisamos lutar pela manutenção da diversidade de opiniões, pelo direito
dos gêneros musicais, literários, cênicos, etc. de continuarem a existir. A
diversidade é imprescindível à vida.