sábado, 8 de setembro de 2012

Monocultura e diversidade



Monocultura: plantação extensiva de um só produto agrícola. Sinônimo de grande extensão de terra, muita mecanização e pouca gente trabalhando, destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Desmatamento e comercialização da madeira: mão-de-obra mal remunerada, destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Aí entrou a ecologia, desenvolvida a partir de idéias de preservação, de consciência da importância da biodiversidade, de amor à natureza.
E o que é a nova monocultura?
O modo de vida de uma comunidade, seus costumes, sua cultura; tudo ameaçado pela programação que entra nos lares e que diz (de forma sutil ou nem tanto) como se deve viver.
A nova monocultura é sinônimo de grande produção e consumo de uma pequena quantidade de itens: existe um tipo de vida a ser copiado, existe a música do momento, existe a exploração do corpo e... da lágrima. Se algum repórter lhe perguntar o que você acha, digamos... do nome da sua rua, dê-lhe qualquer resposta, pode ser cômica, desaforada, cínica... mas responda com lágrimas nos olhos. Ele irá repetir a pergunta para dezenas de pessoas, mas a sua imagem é a que será explorada.
A nova monocultura, com a sua grande produção, entope as vias por onde deveriam fluir as diversas manifestações populares e intelectuais, sufoca e destrói a diversidade. Ela usa o que é comum (as concessões do Estado) como se fosse seu, particularizando os lucros mas socializando os danos ao patrimônio cultural.
Precisamos lutar pela manutenção da diversidade de opiniões, pelo direito dos gêneros musicais, literários, cênicos, etc. de continuarem a existir. A diversidade é imprescindível à vida.